Autores: Henriques I, Cardoso I, Trancoso PF, Azul AM, Proença L
Instituição: CIMO - Clínica Integrada de Medicina Oral
Valor da bolsa: 200.00€
Apresentação durante o evento Congresso SEGER 2015 em Santiago de Compostela, Espanha | 2015-06-18
Resumo:
Objetivos: Avaliar as características do Síndrome de Boca Ardente (SBA) numa população de pacientes idosos (≥65 anos). Comparar com os pacientes não idosos com SBA da mesma consulta de Medicina Oral e com a bibliografia internacional.
Materiais e Métodos: Estudo retrospetivo por avaliação de fichas clinicas dos pacientes.
Resultados: Avaliaram-se 183 fichas clínicas de pacientes com SBA. Destes 96 eram idosos (52.5%) (masc = 14.6% e fem = 85.4%) e 87 não idosos (47.5%) (masc = 14.9% e fem = 85.1%).
O tempo desde o inicio dos sintomas foi até 6 meses em 33.3%, até 2 anos em 41.7% e mais de 2 anos em 18,8%, no grupo de idosos. No grupo dos não idosos, as percentagens foram 41.8%, 39.0% e 13.8% respectivamente. Do grupo de idosos 23% tiveram tratamento psiquiátrico (14.4% medicados com psicofármacos) e o mesmo ocorreu em 15% dos não idosos (11.5% tomavam psicofármacos), sem diagnóstico. Também em todo este tempo 30% dos pacientes idosos já tinham sido medicados para os seus sintomas maioritariamente com anti-fúngicos (48.2%) bem como submetidos a exames auxiliares diagnósticos desnecessários para o diagnóstico. Nos pacientes não idosos os números foram 24 % y 52.4% respectivamente.
Conclusões: Os nossos pacientes passam muito tempo em consultas de especialidades sem diagnóstico da sua doença, no entanto, submetidos e diversos exames e tratamentos sem eficácia e com elevado custo económico e social, até ao diagnostico definitivo de SBA. É indispensável, que em Portugal, os médicos de medicina geral e familiar e as outras especialidades reconheçam o SBA para um diagnóstico em tempo útil.