Autores: Pinto AC, Henriques I, Cardoso I, Trancoso P, Azul A
Instituição: Clínica Integrada de Medicina Oral - Departamento de Cirurgia e Medicina Oral
Valor da bolsa: 200.00€
Apresentação durante o evento SEGER Estepona. XVII Congreso Nacional - V Congreso Internacional em Estepona, Espanha | 2017-03-24
Resumo:
O cancro oral é descrito na literatura como uma doença que afeta principalmente a população geriátrica e muitos autores consideram que a maioria surge a partir de lesões potencialmente malignas (LPMs), essencialmente a leucoplasia.
Com o objetivo de avaliar a prevalência de leucoplasia, as suas características clínicas e a relação entre a idade de diagnóstico destas lesões e o cancro oral, foi realizado um estudo observacional, transversal e retrospectivo, com análise de 16236 fichas de doentes de uma clínica dentária em Portugal, seguida de uma análise estatística descritiva e inferencial.
A leucoplasia oral é diagnosticada em 0,24% dos doentes (n = 39), existe uma predileção pelo sexo masculino (56,4% homens e 43,6% mulheres) e as idades estão compreendidas entre 35 e os 84 anos. A frequência de leucoplasia é maior na faixa etária dos 55 aos 64 anos (64,1% em doentes com idade≥55 anos). A localização mais frequente é a língua (34%), seguida do pavimento da boca (20%) e do palato (14%). 52,9% das lesões na língua localizam-se no bordo lateral e 41,2% no ventre da língua. Em 20,5% dos casos, a localização é multifocal. A histologia demonstrou existir cancro em 4 casos de leucoplasia clínica.
Se aceitarmos a premissa de que o cancro oral surge a partir de LPMs, essencialmente a leucoplasia, é necessário saber em que idade ocorrem estas lesões e quanto tempo demora este processo de transformação. Isto irá definir a abordagem das lesões de leucoplasia: é necessária uma intervenção mais agressiva ou podemos controlar estas lesões de forma mais conservadora?